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Feriado Municipal

PRIMEIRO SANTO PORTUGUÊS
Teotónio nasceu no lugar de Tardinhade na Freguesia de Ganfei.
Em 1092, com 10 anos apenas, foi estudar para Coimbra com o seu tio D. Cresconio que foi eleito Bispo da Diocese de Coimbra. O jovem Teotónio distinguia-se entre os demais pelo "brilho da sua inteligência e valor das suas virtudes"
Em 1098, por morte de seu tio vai para Viseu e continua os estudos junto do Prior da Colegiada que ali tinha os Cónegos Regrantes se Santo Agostinho. Afastava-se de todos os prazeres que não fossem da "mais pura ordem espiritual".
"Todo o tempo achava pouco para rezar a Deus, consolar os aflitos, tratar os enfermos, e conduzir os homens pelo caminho da virtude, realizava com sublime dedicação todas as Obras de Misericórdia". O dero respeita-o e admira-o.
Para evitar ser nomeado Bispo de Viseu, sai de Portugal como um pobre e humilde peregrino com destina à Terra Santa de Jerusalém, onde fica um ano, a seguir os últimos passos da vida de Cristo. Regressa a Portugal.
Volta saudoso à Terra Santa e nesta viagem dá-se o primeiro milagre. O navio em que seguia foi assaltado por uma grande tempestade na mar Egeu. Com a ameaça de naufrágio, Teotónio dirige-se aos "pobres aflitos navegantes da atormentada viagem e promete que se arrependessem de seus pecados e devidamente confessados, se preparassem para ter a morte dos justos, a tempestade amainaria e as suas vidas seriam salvas". O "vento deixa de soprar... as ondas amansam como por encanto, e o mar faz-se chão e tranquilo como espelho de um lago".
Regressa à Pátria, após esta nova visita à Terra Santa, ainda Condado Portucalense, mas com intuito de voltar e em definitivo, para Jerusalém, porém os Cónegos de Santo Agostinho resolvem fundar um pequena comunidade em Coimbra, e elegeram (ainda que contra a sua vontade) D. Teotónio como Prior-Mor de Santa Cruz, em 1131.
O Convento de Santa Cruz passava a ser um centro espiritual da cristandade também, um Colégio de estudos superiores, que rapidamente "havia de adquirir a importância de uma Universidade".
Afonso Henriques em batalha contra os Moiros, tinha por D. Teotónio "tanta amizade e dedicação que o escolheu para seu Conselheiro e Director Espiritual. Sempre que o Rei empreendia uma batalha, cerco ou assalto a terras e castelos que ia conquistando aconselhava-se com S. Teotónio. Por isso é que à mesma hora que o Rei tomava Leiria, Óbidos, Santarém e outros lugares fortes e bem acastelados, S. Tetónio com os seus religiosos rezava na Claustro de Santa Cruz pedindo a Deus que estivesse com os portugueses no bom combate (...)"
Quando o filho de D. Afonso Henriques, o principe D. Sancho, chegou à idade de aprender. logo o Rei pediu a D. Teotónio dirigir a educação do futuro rei de Portugal.
D. Teotónio esquivava-se sempre das honrarias e dignidades com que pretendiam honrá-lo o Rei, Bispos e o Papa. Aos setenta anos Teotónio renunciou ao priorado, voltando a ser um simples religioso. Um ano depois, o papa Anastácio IV quis consagrá-lo bispo de Coimbra mas, voltou a recusar, recebendo então, pelo mesmo papa, o direito de usar mitra, báculo pastoral e anel e dar bênção como os bispos.
Faleceu em 18 de Fevereiro de 1162, com oitenta anos. O Rei D. Afonso acompanha os últimos momentos exclamando: "Primeiro a sua alma há-de entrar no Céu que o corpo na sepultura". Naquela hora o rei começa a tratar da canonização do seu querido Santo.
O Papa Alexandre III canoniza-o um ano após a sua morte. Os milagres que depois da sua morte se vão sucedendo foram tantos que no primeiro aniversário do seu passamento subia a sua imagem aos altares.
Por diligência do nosso primeiro Rei, "foi contado no número dos eleitos aquele D. Teotónio que foi verdadeiramente o nosso primeiro Santo, o primeiro que houve no Reino de Portugal".
O seu corpo encontra-se numa urna de prata que em 1630 foi depositada no seu túmulo que jaspe na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, ao lado de D. Afonso Henriques.
Valença tornou o dia da sua morte em Feriado Municipal (18 de Fevereiro).